Renato ouviu aquelas palavras e virou o rosto para a janela, observando a silhueta frágil dentro do quarto.
Será que aquilo poderia mesmo ser chamado de desfecho perfeito? Será que Beatriz um dia os perdoaria por tudo o que haviam feito contra ela?
Os dedos de Renato se contraíram, a culpa e a dor o consumindo por dentro.
A própria irmã tinha sofrido tantas tragédias, e ele… Ele ainda a havia protegido pouco e, pior, encoberto quem a feriu.
Ele tinha medo. Medo de que Beatriz jamais pudesse perdoá-los.
Renato baixou um pouco a cabeça, cerrando os punhos com tanta força que as juntas ficaram brancas. O coração disparava, tomado por inquietação e angústia.
Eduardo, por sua vez, se aproximou da janela e também olhou para a figura de Beatriz.
A cena lhe era dolorosamente familiar: pouco tempo atrás, ele já tinha estado naquela mesma posição, olhando por aquele mesmo ângulo, vendo-a tão frágil deitada ali.
Mas, desta vez, era ainda mais grave. Se antes Beatriz parecia uma boneca quebrada, p