Vitória não dizia nada. Apenas chorava sem parar. Renato permanecia de pé, em silêncio, esperando que ela terminasse o choro.
O impasse se arrastou por um ou dois minutos. Ele já não tentava consolá-la. Finalmente, Vitória baixou a cabeça, porque negar já não adiantava. Entre lágrimas, disse:
— Me desculpa, irmão. Eu não consigo esquecer, não consigo esquecer o que a Letícia fez comigo. Você disse que eu mandei alguém humilhar ela, mas e a humilhação que ela me fez passar? A vergonha que eu senti não foi menor que a dela. Aquele dia, na porta do camarote, você mesmo ouviu os insultos dela contra mim. E ainda teve ela e o irmão me jogando numa detenção por quinze dias...
Ela despejou toda a humilhação que sofrera pelas mãos dos irmãos da família Martins, como se quisesse justificar sua vingança, aproveitando ainda para se colocar como vítima e arrancar compaixão.
As palavras surtiram efeito. Renato sentiu uma pontada no coração. Ele sabia que Letícia tinha muita hostilidade contra sua i