Letícia reconheceu de imediato aquela voz familiar. Antes mesmo de levantar a cabeça, uma mão grande surgiu diante de seus olhos.
Ela hesitou por um instante, ergueu o olhar e encontrou aquele rosto bonito e frio.
Para ser sincera, ficou surpresa. Renato não deveria estar ao lado de Vitória? Por que, então, aparecia para defendê-la?
Aquela mão estendida em gesto de ajuda permanecia firme, mas Letícia não pensava em aceitá-la. Tentou se levantar sozinha.
— Agora não é hora de bancar a teimosa. — A voz masculina, neutra e sem emoção, ressoou mais uma vez.
Letícia ficou em silêncio.
No fim, estendeu a própria mão, apoiou-se naquela palma larga, quente e firme e, num só impulso, foi erguida com facilidade.
Por causa do tornozelo torcido, perdeu o equilíbrio e cambaleou dois passos. Renato, percebendo, transformou o gesto de segurar em um firme apoio.
Ela agarrou o braço dele. A primeira sensação que lhe veio à mente foi:
“Que estabilidade… Esse cara com certeza treina. Tem um centro de for