Uma ideia surgiu de repente: se não fosse reclamar agora, quando seria a hora certa?
— Sr. Henrique... — Letícia parou os passos, virou-se para o ancião deitado na cama e falou com voz frágil, carregada de súplica. — Posso vir todos os dias visitar a Bia? E... Será que eu poderia ficar mais tempo com ela a cada visita?
O Sr. Henrique respondeu sem pensar duas vezes:
— Mas é claro. Venha quando quiser, fique o quanto desejar. Ninguém vai impedir você.
Letícia não respondeu de imediato. Apenas virou-se lentamente para encarar o “guarda de porta de cara fechada” que estava na entrada.
O olhar do Sr. Henrique acompanhou o dela e, num instante, ele entendeu o que a jovem queria dizer.
— Gabriel, o que está acontecendo? Está impedindo a Letícia de ver a Bia? — A voz do ancião soou severa.
Apontado diretamente, Gabriel bufou:
— Eu não fiz isso. — Respondeu, cerrando os dentes, olhando furioso para aquela mulher cheia de artimanhas.
Letícia, no entanto, não perdeu a chance:
— Ontem mesmo você