— Sr. Henrique, eu acho que o Sr. Gabriel realmente se apaixonou pela Srta. Beatriz. — Suspirou o mordomo. — Ontem à noite, ele estava tão aflito que chegou a pedir ao Rafael para comprar uma passagem e voar pessoalmente para o exterior. Foi o Rafael quem o deteve ainda no saguão do aeroporto. Até reservamos um hotel próximo ao hospital, mas o Sr. Gabriel não foi descansar, ficou ao lado da cama a noite inteira.
O velho, porém, permaneceu impassível.
Para ele, nada era mais barato que um amor tardio, ainda mais vindo de alguém que, no passado, havia ferido Beatriz tão profundamente.
— Amar agora não adianta nada, já é tarde demais. — Disse Henrique, sem emoção na voz. — Se ele conseguir reconquistá-la, será por mérito próprio. E, se Beatriz o perdoar, vou considerá-la como uma neta de sangue e lhe darei metade da herança. Mas, se ela não perdoar e ele insistir em persegui-la, enquanto eu viver, não deixarei aquele idiota incomodá-la de novo.
O mordomo suspirou em silêncio. Pelo menos o