Do outro lado da linha, assim que ouviu aquela voz, Sr. Henrique engasgou o grito na garganta.
Não esperava que Renato estivesse ali mesmo, ao lado de Gabriel.
Gabriel também ficou em choque.
Olhou para Renato, incrédulo.
“Ele conhece meu avô?
E ainda fala com essa intimidade toda?!
Puta merda...”
Nenhum dos dois tinha dito nada!
Achava que não se conheciam, mas agora...
Só ele estava no escuro, enquanto os outros dois estavam claramente em sintonia.
Como se tivessem combinado tudo pelas costas dele.
— Entre mim e o Sr. Gabriel... Existe um certo histórico. — Disse Renato, com calma. — São questões pessoais, entre nós, da geração mais nova. Peço desculpas por qualquer transtorno, Sr. Henrique.
A voz era educada, polida. O tom cortês.
Nada do homem sombrio de minutos atrás, que parecia saído de um filme de máfia.
Gabriel soltou uma risada curta, debochada.
Duas caras. Que showzinho bem ensaiado.
Mas então ouviu algo ainda mais inacreditável vindo do viva-voz:
— Ah, com certeza foi culpa