— Nem pense em correr para contar ao meu avô. — Ordenou Gabriel, sem sequer olhar para trás. A voz era fria e firme.
— Pode ficar tranquilo, Sr. Gabriel. Minha lealdade é sempre sua. — Respondeu Rafael, endireitando a postura no mesmo instante.
Gabriel não disse mais nada. Manteve-se imóvel, encarando o próprio reflexo nas portas metálicas do elevador. O olhar estava carregado de uma ferocidade sombria e de uma presença que impunha respeito.
Ainda assim, franziu o cenho. Será que realmente valia a pena ter descido? Renato viria mesmo... Só por causa da Vitória?
As acusações do outro voltaram a ecoar na sua mente: abandoná-la, brincar com seus sentimentos, enganá-la, deixá-la afundada em dívidas...
“Ha! Então foi essa a história que ela vendeu pra ele? Que talento para distorcer a verdade!”
E o pior: Renato acreditara. Mais um tolo sem nenhum senso crítico.
A discussão recente ainda lhe fervia o sangue. Entrara no elevador no calor do momento e, agora, pensando melhor, já era tarde para