É claro que ela, a secretária, jamais se anteciparia a contar a novidade. Esse tipo de surpresa deveria vir do próprio Sr. Renato. Só assim teria o impacto certo.
Ficou ali fora por quase vinte minutos, em silêncio, até que finalmente Renato desligou o telefone. Ela então bateu à porta e entrou na sala.
Na cadeira giratória, Renato se sentou com postura reta e puxou um lenço de papel para secar o rosto.
Embora já tivesse recuperado a expressão séria e reservada de sempre, a alegria em seus traços era impossível de esconder.
Recebeu o relatório das mãos da secretária, lançou um olhar breve ao documento e então disse, com a voz firme:
— Vá imediatamente até o orfanato Lar Sol e Esperança. Quero o dossiê completo da minha irmã. O nome dela é Vitória.
— Sim, senhor. — Respondeu a secretária, que logo saiu para cumprir a tarefa.
O escritório ficou em silêncio novamente.
Renato permaneceu ali, sozinho, relendo o resultado do exame diversas vezes. Como se quisesse gravar cada linha, cada pala