O corpo de Gabriel começou a tremer ainda mais forte, tomado por um desespero avassalador.
A dor era tão profunda que ele chegou a ficar sem ar, sufocado pelo choro preso na garganta.
Beatriz disse que ele queria matá-la...
E, no fundo, ela tinha razão.
Ele quase a matou.
Faltaram apenas alguns minutos...
Se não fosse pelo instinto de sobrevivência dela, pela força com que tentou se salvar...
— Sr. Gabriel...
Do outro lado da divisória, Rafael observava, com o peito apertado, o homem à sua frente se curvar, quase desabar por completo no chão.
Dentro dele havia sentimentos conflitantes.
Por um lado, a alegria de ver Beatriz finalmente inocentada.
Por outro, uma estranha sensação de satisfação ao ver o Sr. Gabriel arrependido, pagando, ao menos emocionalmente, por tudo o que fez.
Mas, vendo-o naquela condição miserável, como assistente que sempre esteve ao seu lado, Rafael também sentia um certo pesar.
Se ao menos, lá atrás, o Sr. Gabriel tivesse confiado um pouco mais em Beatriz...
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