Gabriel tentou vasculhar a própria memória, buscando reconhecer aquele rosto ou associá-lo a alguma empresa conhecida, mas nada lhe vinha à mente.
Então respondeu com cautela:
— Boa noite... Desculpe, o senhor é...?
— Meu nome é Paulo Tavares. Sou seu tio. — O homem de meia-idade contemplou o rosto de Gabriel, certo de que não havia se enganado, e falou com um sorriso levemente emocionado.
Aquelas palavras o fizeram parar no mesmo instante.
Gabriel ficou imóvel, olhando para o homem à sua frente, sem saber o que dizer.
“Meu tio...”
Não era de espantar que não o tivesse reconhecido.
Sua mãe morrera cedo e, depois disso, ele mergulhara numa fase de profunda instabilidade emocional, a ponto de quase romper todos os laços com a família materna.
Sim, ele chegara a visitar o avô e os Tavares quando criança, mas as lembranças eram nebulosas, perdidas no tempo, como fotos antigas amareladas.
Paulo, ao perceber o choque do sobrinho, o conduziu com delicadeza para fora do salão de festas.
Ali, s