— De que adianta a roupa ser bonita, se ninguém vai olhar? No fim, não passa de um pedaço de tecido para cobrir o corpo. — Disse Gabriel, olhando para os modelos que Rafael mostrava no tablet, a voz calma, quase indiferente.
Ao ouvir isso, Rafael teve a estranha impressão, talvez apenas coisa da sua cabeça, de que naquele tom havia um quê de mágoa, quase como o desabafo de uma mulher ressentida.
— Como assim ninguém vai olhar? — Respondeu logo. — A recepção vai ser grandiosa, Sr. Gabriel. Tantos colegas, tantos jovens do seu nível... Todos vão estar de olho no senhor.
— Não preciso agradar a ninguém. — Retrucou Gabriel, despreocupado.
— Claro, não se trata de agradar. É de superar, de ofuscar todos os outros e ser o homem mais elegante da noite. — Insistiu Rafael.
Gabriel permaneceu em silêncio por alguns instantes.
— Pense bem... Será um verdadeiro palco de competição entre os jovens. O senhor não pode perder para eles. — Acrescentou Rafael.
Mesmo sendo apenas um assistente, Rafael co