— Me desculpe, chefe, eu errei! Eu juro que nunca mais vou tomar decisões por conta própria! — Karine abaixou a cabeça quase até o peito, curvando-se num ângulo de trinta graus.
Esperou alguns segundos pelo sermão… Mas o silêncio permaneceu.
Arriscou erguer os olhos e, por trás da mesa, viu o patrão com uma expressão ausente, perdido em pensamentos.
— Você disse que a Letícia gosta de mim? — Renato finalmente quebrou o silêncio, a voz grave.
— O senhor não percebeu? — Karine piscou, surpresa.
O silêncio dele foi a única resposta.
Então ela se apressou em explicar, enumerando:
— Todos esses gestos recentes da Srta. Letícia, o jeito como ela se arrumou hoje… Estava claramente vestida para um encontro.
Renato lembrou, sem querer, dos saltos finos que ela usava naquela tarde. Sabia que iam andar bastante pelas ruas e, mesmo assim, ela optara por calçados nada confortáveis.
A princípio, achara que Letícia teria outro compromisso, talvez um jantar depois. Mas quando perguntara, ela negara.
E