Na manhã seguinte, segunda-feira.
Gabriel acordou, fez sua higiene matinal, ajeitou a roupa e saiu do quarto.
Ao passar pelo corredor, o olhar, por hábito, ainda se voltava automaticamente na direção da sala de jantar.
Dois anos de rotina não se desfaziam assim, do nada.
Ele ainda não tinha se acostumado com a ausência de Beatriz.
Ninguém mais preparava o café da manhã para ele.
Ninguém mais o esperava voltar para casa, não importava a hora.
Guardou aquela tristeza dentro do peito, engoliu seco e saiu.
No estacionamento, os seguranças já o aguardavam, com o carro pronto e o café da manhã comprado numa cafeteria da moda.
Gabriel comeu em silêncio, o rosto impassível.
O gosto era insosso, comia só por obrigação, para manter o corpo funcionando.
Enquanto isso, mexia no celular.
O pessoal de vigilância fazia o trabalho direitinho: já tinham enviado fotos da Beatriz indo para o trabalho.
Na imagem, ela aparecia com um conjunto preto de blazer e saia lápis, camisa branca por dentro, a saia j