Os pratos já haviam sido pedidos e, assim que o garçom saiu, Letícia se virou para Beatriz:
— Bia, você não precisava gastar tanto. Era só levar meu irmão num restaurante simples.
Beatriz pensou consigo: “Um restaurante simples... Não está à altura do Sr. Eduardo.”
Eduardo não era qualquer um. Era o presidente do Grupo Martins. Um homem que lhe prestara um grande favor. Se ela fosse econômica demais no agradecimento, não seria ele o primeiro a reparar e comentar.
Desde o início, preferia manter distância respeitosa dessa figura difícil de lidar. Por isso, em tudo que fazia, procurava ser impecável, tanto nas palavras quanto nas atitudes, evitando ao máximo dar qualquer brecha para novas provocações.
— O Sr. Eduardo me ajudou demais. Eu precisava agradecer de forma adequada. — Respondeu Beatriz à amiga. — Um gesto de gratidão precisa ter um mínimo de sinceridade.
Letícia sorriu.
— Tá vendo? Você é sempre cuidadosa em absolutamente tudo.
Do outro lado da mesa, Eduardo estava largado no a