Depois de quase terminar de arrumar tudo, ele se sentou à beira da cama, mergulhado em devaneios. Em meio à névoa da memória, voltou aos tempos do ensino médio.
Naquela época, se não fosse por Vitória, talvez jamais tivesse saído tão rápido da sombra que a morte da mãe deixara para trás. Por isso, sentia que devia agradecê-la.
Foi exatamente essa gratidão que o levou a acreditar, até o ponto de enganar a si mesmo, que a amava. Que realmente gostava dela.
Mas, quando começaram a namorar, ele percebeu que aquilo não era amor. Demorou anos para compreender isso por completo. E, justamente por essa confusão, acabou perdendo Beatriz. E a magoando.
Recordou-se das palavras de Vitória, quando ela questionou os sentimentos dele, e apertou os lábios, pensativo.
No início, tudo parecia funcionar bem. Com o tempo, porém, algo mudou. E ele não sabia dizer exatamente quando.
Lembrou-se de como se conheceram. Foi Vitória quem o adicionou como amiga. A mensagem de verificação trazia um problema de ma