— Falei com o Sr. Henrique sobre o investimento. Ele aceitou investir e, de quebra, perguntou se eu aceitaria me casar com o Gabriel. Eu gosto dele há muitos anos... Na hora, fui tomada por uma alegria tão grande que aceitei sem pensar muito. — Beatriz explicou tudo de uma vez, sem rodeios. — O investimento e o casamento não foram consequência um do outro, foram paralelos. Mas como eu aceitei me casar, o investimento-anjo virou algo pessoal. Pode-se entender como um dote dado pelo Sr. Henrique, só que eu não aceitei tudo. Ficamos com uma divisão meio a meio dos lucros.
Daniel a observava atônito, finalmente começando a entender. A razão voltava aos poucos e, com ela, um certo distanciamento.
Beatriz afastou com calma a mão dele que repousava em seu ombro e continuou:
— Daniel, meu casamento com o Gabriel não tem nada a ver com você. E convenhamos, em pleno século XXI, o Sr. Henrique jamais forçaria alguém a casar, não é? Eu aceitei por vontade própria... E paguei um preço alto por isso