Ele estava tomado por uma vontade insana de rasgar tudo. Não suportava nem olhar aquelas palavras. O ciúme o corroía por dentro, a ponto de deixá-lo cego, com os olhos vermelhos de raiva.
Mas, justo quando começou a rasgar a primeira folha, ele parou.
Era algo da Beatriz. Uma parte da memória dela. Um pedaço da alma dela. Ainda poderia usar aquilo como desculpa para procurá-la... Para devolver o diário... Para vê-la de novo.
O ciúme o puxava para um lado, o desespero para outro. Correu até Vitória e arrancou da mão dela a outra metade do caderno. Em seguida, bateu a porta com força, trancando o mundo lá fora.
Não tinha coragem de ler o diário. O simples fato de saber que Beatriz o carregava desde o ensino médio até a universidade, e até mesmo depois do casamento... Já doía demais.
Ela devia gostar muito daquele cara...
Gabriel mordeu os lábios com força, o peito apertado de mágoa e impotência. Sentia-se sufocado. A dor era ainda maior do que ao ver Beatriz com outro homem.
Num impulso,