FREDERICK
Lutei para sair do sonho, doía em mim, estar preso em momentos que foram preciosos para mim, todavia, já se passaram. E tive todos esses anos que colocar na minha cabeça, que tudo não passou de mentiras. O sonho estava mais, para pesadelo. Mais uma vez a minha mente me traiu e me levou de volta a um dos momentos mais felizes da minha vida. Por mais que eu soubesse que tudo não passasse de uma mentira, eu tenho convicção de que eu fui verdadeiro e me entreguei de corpo e alma para ela e fui desprezado, abandonado e trocado da pior forma. Ainda deitado, pisquei algumas vezes e fechei os olhos pesadamente e passei a língua nos lábios. Soltei uma lufada de ar. De volta a realidade. É sempre assim... Dia a após dia vivo a remoer o que passou, da boca para fora, finjo odiar a santinha, mas por dentro continuo amando como a amei em nossos primeiro beijo. E ainda mais agora, que estou ciente de que se aproxima o dia do nosso "casamento", eu estou mais apreensivo ainda. Entretanto, como a fodida realidade me agarra como se eu fosse o seu companheiro, despertei nessa cama sozinho. Um vento gelado invadiu o quarto e tudo me lembrava ela, passo os olhos pelo quarto, quantos momentos bons, nos vivemos juntos. E sorri da minha desgraça, porque até às malditas cobertas, após anos, tinha o cheiro dela, que estava impregnado no meu travesseiro, no colchão... O quarto lembrava o primeiro momento de intimidade, por isso evitava vir aqui, por mais que amasse surfar aqui, porém era ruim, dolorido. Após tudo acontecer, eu me isolei e em um ataque de loucura, pus, tudo para fora, com o intuito de queimar. Entretanto, como um fodido masoquista, que gosto de sofrer, esse lugar que foi nosso, continuaria sendo, mesmo que eu soubesse que tudo passou, e que só me restariam as lembranças e uma máscara de homem duro e sem sentimentos. Abri os olhos e pisquei em seguida, fechei as mãos em punho e os lençóis foram ao chão e ... — Háááááá!!! — Gritei frustrado, ao mesmo tempo que levantei da cama num salto, tentando extravasar a raiva que me invadia. Sem mais delongas, tirei a cueca box que vestia e marchei até o banheiro com intuito de tomar banho, estava suado e excitado, sempre acordava assim depois de sonhar com ela. Ao menos não foi um sonho erótico... A minha consciência gritou, na tentativa de me consola. — É ao menos dessa vez não foi... — Murmurei, ligando o chuveiro e deixando a água gelada cair pelo meu corpo. Entretanto, não adiantou o consolo, porque me praguejei, pois imediatamente as cenas vieram a minha mente, como se tivessem acontecido recentemente. — Droga! — Soquei a parede e fechei os olhos e passei as mãos nos cabelos, e deixei a água lavar o meu corpo, na tentativa de que ela me lavasse a alma, tirando-me toda dor também. ... O relógio digital da cozinha apitava que já eram 8 da manhã e geralmente eu acordava as 6 em ponto, me empolguei com o sonho... O café já cheirava, peguei uma xícara e me servi do líquido fumegante, perdi a hora mais uma vez. Peguei uma torrada e fui até a janela que tinha vista para o mar, apreciei a vista, amava olhar o horizonte, a natureza era bela, sinônimo de paz. Deixei a xícara na pia e caminhei para a praia, estava na casa de praia dos meus pais, faziam anos que não vinha aqui. Corri para o mar e passei um bom tempo na água, entretanto sai um pouco, o sonho ainda inundava a minha mente, ela ainda estava impregnada em mim, parece que o tempo não passou... Os sentimentos continuam vivos dentro de mim, fazendo de mim um homem frustrado e amargurado. Por mais que eu queira, eu não consigo, sempre estou, pensando voltando para onde não devia... ... Sentado vendo a imensidão azul, pensando em voltar para água, enquanto, o som ao meu lado toca músicas para acalmar a mente e eu como uma pêra, com pensamentos longe e ao fechar os olhos, a lembrança viva do corpo dela colado ao meu, me vem a mente. Bingo! No ponto certeiro e com intuito de tirar a minha paz. Me levanto rapidamente, num salto só, tenho um condicionamento físico, pratico parkour, comecei na adolescência e de vez em quando me aventuro em desafiar os meus limites. Passo as mãos nos meus cabelos e a Lígia nos lábios, solto um suspiro longo, sei que nada vai apagar essa chama que arde dentro de mim e por mais que eu insista em mentir para os que estão ao meu redor, eu não consigo mentir para mim mesmo. Olho as ondas que quebram nas rochas e vendo quão indomáveis elas são, aves voam sem destino e sem um lar, assim que me sinto, sem lar, sem um motivo, sem uma causa para lutar. Ao menos tenho a música... Nego com a cabeça e mordo os lábios, cansado desses malditos pensamentos que surgem sem ao menos serem convocados. M*****a santinha! Que desde sempre foi o meu amor e hoje é meu maior medo e decepção. Pego o celular do lado marcando um encontro, preciso relaxar. No segundo toque ela atende, já falando que faz mais de duas semanas que não a solicito para um jogo, sorri, e digo que estive ocupado, enfim, marco no local de sempre, no apartamento do "abate", em que eu e meus amigos temos, não sei qual de nós que inventou isso, mas tem dado certo, sem vínculos. Minha casa é sagrada e só eu durmo... Novamente ela reclama, pois disse que já se acostumou comigo e em algumas palavras, eu a trago a realidade que só é um momento, o tom de voz muda, não gosto de me envolver emocionalmente e no dia que fiz uma merda dessa, me fodi, e olha come estou. Se noto que a mulher quer algo a mais a trago a realidade, que não espere nada de mim. Pois, no mundo do prazer, eu mando e ela obedece, a única regra que imponho, no mais, deixo rolar, deixando o prazer nos dominar... Deixo o celular do lado, com dia e hora marcado, diferente dos meninos, me relaciono com prazos, sem ilusões, prazer mútuo e tchau... Recadinho da autora: Meninas, leiam de novo, pois mudei algumas coisas, curtam e comentem muito, tenho grupo de w******p e I*******m, me sigam gatas. Adivinharam o que o Fred faz? Bruto com pegada. ??