As flores chegaram às dez horas da manhã no escritório de Valentina na quarta-feira com um cartão simples escrito à mão "Vamos jantar na sexta? Willian." Ela sorriu.
Depois da briga com o ex-marido o seu humor ficou péssimo e ela só precisou de poucos minutos para ligar para ele.
- Recebeu as flores? Perguntou ao parar a reunião para atender o celular.
- Chegaram agora. São lindas. Adoro girassóis. Disse olhando pela janela de sua sala.
- Combina com você. Quer almoçar comigo às duas? Disse olhando o relógio deixando as pessoas presentes na sala boquiabertas.
- Sim. Tem um restaurante excelente perto do seu escritório. Você me encontra lá? Quis se certificar assim que sua secretária entrou na sala.
- Sim. Eu ligo assim que estiver saindo daqui. Disse ao acenar negativamente para a secretária que perguntava sobre o almoço. - Beijo. Se despediu recebendo aplausos dos colegas e do pai que estavam na sala.
- Isso é sério ou fogo de palha? Perguntou ao se ajeitar na cadeira.
- É sério. Respondeu, mantendo um sorriso largo no rosto. - Quem sabe eu me caso até o final do ano?
- Willian, eu estou velho demais para brincar assim comigo. Disse o pai cercado de drama fazendo todos rirem.
- Talvez eu até lhe dê um neto. Acrescentou fazendo o pai bater palmas.
- Quem é a moça? Quis saber.
- Valentina Harper. Disse fazendo todos o olharem com espanto.
- Você ficou maluco, porra? Você está mexendo com a filha do juiz? Gritou fazendo todo mundo se levantar e sair.
- Você não gosta dela? Perguntou ao se aproximar do pai.
- Ficou maluco? A sua mãe é apaixonada pela Valentina. Ela é o sonho de qualquer pai que tem um filho igual a você. Ela não é para brincar. Disse socando a mesa.
- Não estou de brincadeira, pai. Valentina é uma mulher incrível. Declarou entusiasmado.
- Gosta mesmo dela? Perguntou o pai mantendo os olhos fixos nele.
- Gosto. Ela mexe comigo de um jeito que eu não consigo descrever. Disse olhando para o pai.
- Casamento? Quis se certificar que não havia ouvido mal.
- Sim, mas tenho que ir com calma. Ela acabou de se divorciar. Lembrou ao pai.
- Conheci o cara. É um babaca! Péssimo arquiteto. Aposto que ela não era tão feliz assim naquele casamento. Sua mãe vai querer um festão. Disse.
- A noiva decide. A mamãe já teve o casamento dela. Disse sorrindo.
-Abra a porta e mande o pessoal entrar. Não queremos que se atrase para o almoço. Disse mantendo um sorriso vitorioso nos lábios.
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Foi bom receber o telefonema de Willian dizendo que já estava diante do elevador enquanto ela trocava de roupa dentro do banheiro de seu escritório.
No caminho até o restaurante Valentina se olhou no vidro de uma vitrine de uma loja e fez sinal para a vendedora separar dois vestidos. A arquiteta estava feliz e foi engraçado quando os dois chegaram no restaurante juntos.
- Você está linda, Valentina. Disse ao beijar seu rosto.
- Obrigada. Agradeceu sorrindo.
Eles entraram e um garçom foi imediatamente atendê-los, levando-os para uma mesa no segundo andar. Eles se sentaram e iniciaram uma conversa animada.
O almoço aconteceu num clima divertido com muitas histórias sobre viagens, audiências e elevadores. Na saída, eles encontraram algumas pessoas conhecidas e eles se despediram com um beijo que deixou uma vontade de 'quero mais'.
No final do dia, quando Valentina se preparava para deixar o escritório, Willian ligou querendo saber se ela queria encontrá-lo para jantar ainda naquela noite. Ele disse que não seria um encontro, mas um jantar entre alguns amigos para encerrar o dia.
- Tudo bem. Mas eu preciso ir em casa tomar um banho, trocar de roupa e deixar algumas sacolas de roupa em casa. Eu estou sem carro. Disse o fazendo rir.
- Quantas horas consegue nos encontrar? Disse olhando para o Roberto indicando que iria encontrá-lo.
- Sou muito rápida. Não ria! Eu falo sério. É o tempo de chegar, deixar as sacolas num canto, tirar a roupa, tomar um banho, me vestir e sair. Disse ouvindo um suspiro do outro lado da linha.
- Eu não acredito que disse que iria tirar a roupa e entrar no chuveiro. Disse mantendo em sua voz um tom baixo e sensual que a fez fechar os olhos.
- Não quer mais sair para jantar? Perguntou o deixando em desespero.
- Quer propôr algo diferente? Perguntou em voz baixa mandando o amigo sair de sua sala para conversar sozinho.
- Acho muito cedo para algo muito ousado, Willian. Não tem nem um mês que tirei a aliança. Disse o fazendo respirar menos tenso.
- Ah... Quanto tempo para eu lhe buscar? Quis saber saindo de seu escritório.
- Levando em conta que são seis horas e já estou no elevador, oito horas? Disse ajeitando o cabelo ao se olhar no espelho no elevador.
- Perfeito! Ligo assim que chegar. Disse desligando o celular logo em seguida.
Valentina avaliou o seu corpo assim que tirou a roupa diante do espelho e sorriu. Fazia tempo que não se olhava daquela forma. Não tinha do que se envergonhar.
Tomou um banho sem pressa, se secou, passou um hidratante, escovou os cabelos e se sentiu sensual ao caminhar nua até o quarto onde escolheu primeiro a lingerie sexy que usaria por baixo do vestido cinza chumbo de corte irregular. Colocou os sapatos de salto alto, se olhou no espelho e fez uma maquiagem rápida e simples depois de escolher os brincos pequenos de brilhante. Um anel com um designer diferente foi escolhido para cobrir a marca da aliança. Estava perfeita e pronta quando ele ligou.
Willian sorriu ao vê-la ao caminhar na direção lentamente. Sentiu o seu corpo se agitar e ele não pode se conter assim que ela entrou no carro, beijando a sua boca com voracidade sendo bem correspondido.
- Restaurante mesmo? Sussurrou em seu ouvido.
- Sim. Eu preciso comer antes de qualquer coisa. Disse o fazendo sorrir.
No restaurante alguns rostos conhecidos já os aguardavam. Entre eles o Roberto e Agatha, que não demonstrou nenhuma animação ao reencontrar Valentina depois da faculdade.
Todos pareceram surpresos ao saber que Valentina não era apenas uma arquiteta, mas uma advogada formada e pós graduada.
- Por quê desistiu do Direito? Perguntou Willian curioso.
- Porque seria muito fácil. Disse o fazendo dar uma gargalhada espontânea como nunca viu antes.
Todos brindaram ao casal. Roberto ainda fez algumas perguntas e sorriu ao obter respostas sinceras de Valentina. Agatha a observava com atenção, aborrecida demais para dizer algo enquanto bebia em silêncio.
- Então você e Agatha foram amigas de faculdade? Perguntou o Roberto sem observar o rosto da colega de trabalho.
- Amigas, não. Colegas de curso. Decretou Agatha ao erguer a taça de vinho.
- Coisas da vida. Disse Valentina mantendo um sorriso em seu rosto que deixou todos se perguntando o que havia acontecido. - Enquanto alguns fazem de tudo para chamar atenção, optei para fazer o meu melhor por mim mesma.
- Fácil para a filha do juiz! Disse Agatha de má vontade.
- Excelência é algo de família. Ao meu pai juiz. Disse deixando evidente a rivalidade.
- Fácil falar quando só esteve no tribunal por pouco tempo. Instigou.
- E mesmo assim ganhei todos os casos de você. Disse bebendo um pouco do vinho em sua taça. - Admita! Eu ter deixado o Direito deixou a sua vida mais fácil. Disse erguendo a taça de vinho.
A atitude de Valentina tinha um tom de pleno desprezo pela outra mulher que alguns julgaram desnecessário, mas que havia deixado em todos um sentimento de curiosidade.
No final do jantar o casal saiu de mãos dadas, deixando Agatha com vontade de chorar.
O que mais aconteceria aquela noite?
Os dois entraram no carro e seguiram em direção do apartamento dele. Valentina ficou surpresa com a arrumação, a decoração bem feita de um apartamento, a vista. Willian se aproximou enquanto ela olhava o movimento existente na rua. Era bom aquela agitação. Ele se aproximou do seu corpo e a beijou rapidamente no ombro.
- Senti a sua falta.
- Também.
Ela inclinou as costas para ele encostando-se em seu peito. Ele a abraçou e ela se sentiu segura e protegida. Ele a beijou na cabeça, perto de sua orelha e o seu pescoço. Ela se virou para ele e o beijou, acariciando os seus cabelos. Ele a levou para sofá onde ficaram se beijando e trocando caricias por horas. Willian queria mais que um amasso.
- Quer conhecer o meu quarto?
- Vai me levar no colo?
- Faço o que você quiser, Valentina.
- Vou cobrar.