Romeu não dormiu naquela noite. Sentou-se no sofá do próprio quarto com as mãos no rosto, o corpo curvado, como se carregasse um peso invisível nas costas. As imagens vinham em flashes: os olhos de Isabella, assustados. O corpo frágil, tremendo sob ele. O som do lençol sendo puxado para cobri-la depois e o silêncio. O silêncio ensurdecedor que ele mesmo causou.

Ele não havia feito amor. Não havia sido homem. Tinha agido como um animal acuado, ferido, estúpido. Fez tudo o que jurou que nunca faria com ela. Quis puni-la... e a machucou.

Engoliu o gosto amargo da vergonha. Porque, mesmo em meio ao ato, soube que ela era virgem. Sentiu. Não por um detalhe físico, mas pela entrega hesitante, pela respiração trêmula, pelo modo como ela se agarrava a ele