Gisela controlava a raiva que queimava em seu peito e deu um passo à frente. — Mariana.
Mariana a observou e, pela primeira vez, percebeu que, quando se foi forte o suficiente, ninguém e nada podia se tornar um demônio interior.
Ela sorriu. — O que você quer, afinal?
Ver aquele sorriso autêntico e brilhante fez Gisela desejar o arrancar de seu rosto.
Mas ela teve que engolir sua raiva e forçar a voz a sair: — Estou aqui para pedir o seu perdão.
Mariana sabia exatamente o que estava acontecendo, mas não demonstrava. Ela não iria tomar a iniciativa de falar sobre isso. — Por quê?
— Foi você quem salvou Lucas... — Ela engoliu em seco, com dificuldade: — Mas, durante todos esses anos, ele sempre pensou que foi eu...
Admitir isso era uma dor insuportável para Gisela.
Ela havia se apropriado do crédito, se aproveitando de todos os benefícios que aquilo lhe trouxe ao longo dos anos.
Agora, ter que abandonar tudo isso de forma voluntária... parecia algo capaz de a destruir.
— Ele achou que foi