— É verdade. Estou sempre ocupada com o trabalho e acabo tendo pouco tempo para fazer companhia. — Disse Mariana.Lucas quis dizer algo, enquanto Mariana continuou:— Mas eu já reservei uma vaga numa creche. As aulas começam em alguns dias.Foi então que Lucas se deu conta de que crianças da idade de Diego realmente já deveriam ir para a creche.— Em qual creche? — Lucas perguntou apressado. — Quando estiver ocupada no instituto e não puder levá-lo e buscá-lo, eu posso fazer isso.Mariana mandou para ele o site da creche.Ele verificou imediatamente as informações no celular e franziu a testa:— Mari, podemos mudar para outra creche? Tenho uma opção melhor.— Não precisa. — Recusou Mariana. — Eu e meus amigos já avaliamos bastante, e essa creche é muito boa.Lucas não insistiu mais no assunto.No caminho a casa, Lucas dirigia, enquanto Mariana observava a rua pela janela, quieta.Ela notou que, Lucas estava se comportando de maneira extremamente contida hoje.Antes, ele sempre tentava
Ligação de Mário nunca trouxe boas notícias.Mariana saiu de sala e só atendeu a ligação quando chegou ao quintal.Como esperado, o tom de Mário não era nada amigável:— Nem no Natal você apareceu? Acha que mandar alguns presentes já foi suficiente? Seus pais ainda estão vivos!Mariana respondeu friamente:— Passei o Natal no hospital. Desde que o Didi foi internado até ter alta, nenhum de vocês perguntou como estava. Sempre que me ligaram, foi para falar sobre a família Nunes…— E o que tem de errado em falar da família Nunes? — Mário retrucou com raiva. — Os Nunes são nossa família por aliança! Ajudá-los é obrigação! Você só pensa nesse bastardo que teve com um estrangeiro…Mariana não suportou ouvir mais nada e desligou o telefone antes que ele terminasse.Em pleno inverno, ela tremia de raiva no vento gelado.Afinal, aquele era o avô de seu filho. O próprio pai dela… Como ele podia dizer algo tão cruel?— Mari...De repente, um casaco de lã pousou sobre seus ombros, trazendo consig
— Sim, senhora. — Camila fez uma careta do outro lado da linha. — Eu até levei almoço pra ele!— A sério?! — Mariana se surpreendeu. — Você mesma fez?— Comprei no restaurante.Mariana riu:— Mesmo assim, merece elogios!— Né? Também acho que fui incrível! — Camila concordou, satisfeita. — Mas... sua voz tá estranha. O que houve?Mariana lhe contou sobre a ligação do pai.Camila quase explodiu:— Se não fosse seu pai, eu xingava até a sétima geração dele! Como é que pode falar assim do neto?!— Já não tenho mais esperanças neles. — Suspirou Mariana. — Mas falar com você me aliviou.— Você é boazinha demais! — Camila bufou. — Se eu fosse você, jogaria a verdade na cara dele: "Didi é filho do Lucas!". Queria ver sua cara de arrependido!— Não vale a pena. — Mariana abanou a cabeça. — Só traria falsidade deles para o Didi.— Tem razão. — A amiga concordou. — O melhor é manter o Didi longe deles. Muito irritantes!Depois de uma pausa, Camila mudou de tom:— E sua relação com o Lucas está a
Mariana ficou aliviada depois de ouvir as palavras de Camila.Camila sempre viveu de forma despreocupada. Para ser bem honesta, às vezes ela era até fira.Mas, segundo suas próprias palavras, era melhor assim – invulnerável e impermeável a tudo.Ninguém poderia a machucar.Como Mariana havia ligado para ela, Camila ficou preocupada e, sem pensar duas vezes, deixou Sebastião de lado e foi jantar com ela.Luísa tinha acabado de voltar ao país e estava ocupada com várias pendências, então não pôde se juntar a elas.Por isso, só as duas saíram para jantar.Durante o jantar, Camila voltou a aconselhá-la.Na visão de Camila, não importava o que Mariana fizesse agora, Lucas não tinha o direito de reclamar.Afinal, foi ele quem errou no passado. Como assim, agora ainda queria impor condições?Ao ouvir isso, Mariana riu sem jeito.Camila sempre foi extremamente protetora com ela. Mesmo que Mariana estivesse errada, ela, sem dúvida, a defenderia até o fim.Mudando de assunto, Mariana perguntou:
— Não sou solteiro. — Declarou Lucas, sem dar mais explicações.Os presentes entenderam o recado.Aquele convidado riu, constrangido:— Até pensei em apresentar uma prima ao Sr. Lucas. Ela está com ótimas condições.— Agradeço a intenção. — Ele respondeu. — Já tenho o meu amor.Em vez de ser namorada ou esposa, a escolha da palavra "amor" chamou a atenção de Renato.Ele admirou essa postura. Já tinha visto muitos homens casados se envolvendo com amantes.Mas Lucas, pelo que sabia, era diferente. Ouviu dizer que ele não era do tipo mulherengo e parecia ter princípios sólidos.Às 20h, o jantar terminou.Lucas acompanhou Renato até o carro:— Sr. Renato, conto com sua colaboração futura.— A reciprocidade é certa. — Respondeu o político, apertando sua mão.No caminho a casa, Lucas recebeu uma ligação de Gisela:— Já te disse para tratar dos assuntos com o gerente do projeto.— Ouvi dizer que você vai sair desse projeto. Porquê? — A voz dela era aguda.Lucas respondeu com indiferença:— Nã
No carro, Mariana perguntou novamente a Camila:— Você está bem mesmo? Se quiser, podemos deixar o carro e pegar um Uber.— Não exagere! Foi só uma batidinha. — Disse Camila, ligando o motor. — Tá com medo?— Claro! — Mariana segurou o peito. — Meu Deus, que susto!— Foi só um toque. O cara vai pagar tudo, e ainda vou cobrar indenização por trauma emocional!— Acha que ele vai te pagar isso?— Viu a placa do carro dele? — Camila arqueou uma sobrancelha.Mariana não tinha prestado atenção:— Qual era a placa?— Não era placa comum. Aposto que era um político importante. O cara que desceu era só o motorista.— Ah… — Mariana olhou para ela. — Mas você tem certeza que não se machucou?— Tá tudo bem. — Camila baixou a voz. — Mas olha, não conte nada disso a ninguém, especialmente ao Sebastião, entendeu?— Tá bom… — Mariana assentiu.Camila continuou:— Meu carro… vou deixar em sua casa hoje. Amanhã eu pego. Se perguntarem, você diz que bateu no muro enquanto estacionava.— Porquê?— Porque
— Parece que é um político generoso e sensato. — Comentou Mariana.— Ou um político corrupto… — Camila revirou os olhos. — Quem dá dinheiro assim tão fácil pode ser corrupto.Enquanto conversavam, Lucas saiu com Diego.O pai dele, Afonso, também acompanhava.— Boa noite, Sr. Afonso! — Ambas o cumprimentaram imediatamente.— Boa noite! Porque não entram? — Afonso sorriu.— Já está tarde. — Camila respondeu educadamente. — Voltarei outro dia para visitar você e a Sra. Juliana.Afonso elogiou, sorrindo:— Faz anos que não te vejo, Cami. Continua linda como sempre. Seus pais estão bem?— Estão ótimos, obrigada por perguntar. — Camila respondeu com um sorriso polido.Trocaram mais algumas palavras antes de se despedirem.Enquanto o carro delas se afastava, Afonso suspirou:— O tempo voa…Lucas ficou surpreso ao perceber como Camila parecia educada e comportada diante do pai dele.No carro, Mariana também comentou:— Você foi tão comportada agora há pouco.Camila sorriu:— Se não fosse por v
— Lembro que você disse antes que tem uma namorada com quem está há muitos anos, e a pessoa que você vê hoje deve ser ela. Não se preocupe, ela está bem. O incidente foi causado pela frenagem repentina do meu motorista.Sebastião deu um suspiro de alívio: — Sim, ela é minha namorada. Renato, obrigado por me avisar. Vou te convidar para jantar outro dia.Renato franziu as sobrancelhas e disse: — Não nos vemos há vários anos. Tudo bem, vamos ver quando temos tempo para nos reunir.Depois de desligar o telefone, Sebastião ligou para Fernando: — Não vou conseguir ir.Fernando perguntou: — Qual é o problema? Você não tinha me prometido?— É que tenho algo importante para resolver. — Sebastião explicou: — Vou te compensar com uma refeição outro dia.— Bem. — Fernando respondeu: — Combinado.Sebastião dirigiu diretamente para a casa de Mariana.Quando chegou, ligou para Camila, mas foi Mariana quem atendeu.— Mariana? Cadê a Camila?Mariana respondeu: — Ela foi tomar banho. Por que