Mariana estava sentada no banco da carona quando perguntou, cruzando os braços:
— Como você tem coragem de dizer aquelas coisas?
Lucas ligou o carro, sem pressa, com um sorriso discreto no canto da boca:
— Você não prometeu ontem que ia me dar um presente?
Mariana bufou, desviando o olhar. Não queria nem responder.
Lucas, no entanto, parecia de ótimo humor. Ele nem se incomodou com o silêncio dela e, para a surpresa de Mariana, começou a assobiar uma melodia. Não demorou muito para que ele soltasse a voz, cantando baixinho. Sua voz grave e marcante enchia o espaço do carro, e era impossível negar: ele cantava muito bem.
Mariana lançou um olhar discreto para ele, mas logo virou o rosto, encarando a paisagem pela janela. Já havia decidido que iria seguir em frente, que não podia mais se permitir sofrer por Lucas. Mas, às vezes, era como se o coração dela não desse ouvidos a essa decisão.
Quando o carro parou, Mariana olhou pela janela, confusa:
— O que você está fazendo aqui?
— Vim compr