Cap.65
Do outro lado da linha, Andrews suspirou, cansado.
— O que é tão importante?
Donovan ficou em silêncio por alguns segundos e, então, deixou escapar:
— Eu tô apaixonado por ela.
Do outro lado, Andrews se sentou na cama.
— Quem?
— Talita. — respondeu sem hesitar, a voz rouca, pesada. — Mas eu não sei o que fazer.
Andrews permaneceu calado.
Donovan fechou os olhos, apoiando a cabeça no encosto do banco. Sua voz quebrou um pouco, como se finalmente admitisse um segredo que o consumia.
— Como eu vou contar pra ela… que fui eu quem matou o marido dela?
O silêncio do outro lado pesou como chumbo.
Donovan respirava rápido, como se tivesse acabado de correr. Sua mão tremia sobre o volante.
Por fim, Andrews falou, a voz firme, mas sem julgamento:
— Vai pra casa, Donovan. Dorme.
— Você não vai me dizer nada? — ele pressionou, quase implorando.
— Eu disse. — Andrews encerrou, sério. — Amanhã, com a cabeça limpa, você vai saber a resposta.
E desligou.
Donovan permaneceu ali, dentro do carro