Cap. 141 mãe de quem?O sol começava a se pôr quando Aurora saiu de casa.Do escritório, Andrews — ainda mergulhado em culpa e arrependimento — ouviu Donovan comentar, com um leve pesar:— Ela saiu, Andrews. Pegou uma bolsa e saiu sem dizer pra onde ia.Andrews apenas assentiu, encarando o vazio, incapaz de encontrar coragem para ir atrás dela.No entanto, uma inquietação latejava dentro dele e, pouco tempo depois, ele se viu seguindo os passos dela, mesmo sem que sua mente racional conseguisse impedir.Donovan não discordou. Também estava preocupado que ela pudesse correr perigo novamente. Assim, seguiram discretamente, após conseguirem sua localização através do rastreador no celular.Andrews conhecia aquele bairro, mesmo que tivesse estado lá apenas uma vez. A lembrança daquele dia era clara... e difícil de ignorar.— Só vamos interferir se algo acontecer — avisou, observando Aurora de longe.— Por que será que ela desceu do táxi tão longe? — Donovan perguntou, curioso.Andrews a o
Cap. 142: arrependimento pós ação.Com os punhos cerrados e olhos flamejantes, ele partiu para cima de Andrews sem hesitar, desferindo um soco direto em seu rosto.Andrews cambaleou com o golpe, mas logo se recuperou e retribuiu com igual força, fazendo o rapaz recuar alguns passos.— não toque na minha aurora! — o homem berrou, a voz carregada de raiva.Andrews avançou novamente, sem se controlar, enquanto aurora olhava sem reação massageando a têmpora demonstrando impaciência pelos dois atracados no chão.— e você não encoste na minha esposa! ela não é sua! — ele esbravejou, o tom brutal rasgando o ar.Num instante, os dois estavam no chão, rolando entre socos e empurrões, xingamentos misturados com grunhidos de fúria.A pequena menina começou a chorar alto, assustada com a cena, aurora a pegou em seus braços enquanto donovan correu em direção aos dois homens.A porta da pensão abriu-se violentamente, e a tia de Aurora surgiu correndo, a expressão horrorizada.— Mas o que é isso?! —
Cap: 143: uma historia escondida.— Porque não é uma história que se conte com facilidade — ela começou, seu tom mais brando. — A mãe da Aurora... nunca foi feita para ser mãe. Era egoísta, desleixada, e usava a casa como um motel barato para os homens que apareciam, Aurora por sorte tinha sido descartada em um internato onde ficou livre de todas as coisas que sua mãe fazia, exceto o seu irmão mais velho, que ficou com sua mãe.Andrews sentiu um aperto no peito. Havia algo na voz daquela mulher que doía mais do que as palavras em si, uma mistura de dor antiga e indignação que resistia ao tempo.— Aurora, desde muito nova, teve que ser mais do que uma irmã, pelo menos assim que voltou do internato. Ela foi tudo o que aquela menina tinha. Virou mãe quando ainda tinha só 16 anos. E quando o padrasto começou a... — a tia parou, como se a próxima palavra queimasse a garganta — a rondar a menina com outros olhos, Aurora entrou em guerra.Ela olhou Andrews nos olhos. Havia fogo ali.— Ela fu
Cap. 144 A verdade do porquê Andrews casou.— Ele tem toda razão — Andrews disse, finalmente, entrando na sala com passos firmes, mas comedidos, como quem carrega tempestades por dentro, mas se recusa a derrubá-las sobre os outros.O irmão de Aurora ergueu os olhos ao avistá-lo, e um sorriso largo se abriu em seu rosto. Era um sorriso sem desconfiança, sem mágoa, apenas o reflexo de quem ainda acredita nas pessoas.Andrews se aproximou devagar e se agachou ao lado deles, igualando sua altura à do rapaz. Seus olhos procuraram os dele, e quando falou, sua voz era baixa, mas continha uma força sólida, quase reverente:— Eu vou protegê-la. Com tudo o que eu sou. — Fez uma pausa, o olhar firme, sincero. — Então, como irmão mais velho dela, eu te peço, confie em mim, está bem?O jovem assentiu, e sua resposta veio sem hesitação:— Vou confiar em você, eu já confio em você senhor Andrews, cuide bem dela... — ele hesitou por um momento como se fosse tomado por pensamentos que queria afastar,
Capítulo 1: Um casamento tramado.Implacável, Difícil de lidar, Impossível de agradar. E... cadeirante.— Essa era a descrição completa de seu noivo, Andrews Westwood. O homem que dominava a cidade com um poder absoluto e inquestionável. Aurora passou a mão pelo rosto, enxugando os vestígios das lágrimas que ainda não haviam secado. Não podia parecer fraca. Não agora. Ela era resiliente, moldada pelas adversidades que a vida lhe impôs—e, mais ainda, pelos dias de humilhação na mansão que agora ficava para trás. Mas as humilhações nunca a abalaram de verdade. Seu foco sempre foi sobreviver, encontrar um caminho para a estabilidade que tanto precisava, especialmente com as responsabilidades que carregava nos ombros. Mesmo quando tudo ao seu redor parecia desmoronar, ela se forçava a ser forte. E, por trás da fachada inabalável, suas escolhas pesavam como correntes invisíveis que não podia quebrar. Agora, estava a caminho de um casamento que nunca escolheu. E, mesmo que o medo
Cap:2: Casamento com uma estranha.A noiva que se aproximava tinha traços semelhantes, mas era visivelmente mais jovem. O vestido caía perfeitamente em seu corpo esguio, e mesmo com o véu cobrindo parte de seu rosto, Andrews conseguia notar sua expressão hesitante, como se ela estivesse pisando em um território perigoso.O coração de Andrews não acelerou, ele não se perturbou tão facilmente. Mas o que sentiu naquele momento não foi surpresa… foi ódio, cerrou os punhos mantendo a expressão calma, mas ele estava sob a pior hipótese.Ele havia sido enganado.Sua verdadeira, a mulher que deveria estar ali, desapareceu e o entregou a uma substituta. E ele? Ele estava prestes a assinar um casamento com uma completa estranha, diante de toda a sociedade.Mas Andrews Westwood jamais seria visto como um homem humilhado e enganado.Seu rosto permaneceu impassível. Nenhuma emoção transpareceu enquanto a noiva parava ao seu lado. O véu foi retirado, revelando um rosto que ele nunca tinha visto de
Capítulo 3– O Confronto Inicial.O caminho até a mansão foi silencioso. Aurora observava asluzes da cidade passarem pela janela, mas seu olhar estava perdido. O medocrescia dentro dela conforme o carro se afastava da vida que conhecia. Sem suaamiga governanta ao lado, sentia-se completamente sozinha. Se perguntando o quea esperava naquela casa que seria sua próxima moradia ao lado de um homem queclaramente a odiava a primeira vista.No banco da frente, o assistente de Andrews quebrou o silêncio.— Tem certeza de que deseja levá-la para casa esta noite, senhor?O coração de Aurora se contraiu. Mesmo sem encará-los, podia sentir a tensão no ar.— O que esperava? Que eu a deixasse em um hotel? — A voz de Andrews era fria, impiedosa. — Ela é minha esposa agora. Além disso, se eu facilitasse, ela fugiria, e eu perderia qualquer rastro dessa mulher.Aurora apertou os dedos contra o tecido do vestido. Ele falava dela como se fosse um objeto, um problema a ser resolvido.— Mas não era el
Cap. 4: A cadeira não tem serventia.Sentado na cadeira de rodas, vestido com um pijama impecável de seda escura, Andrews a esperava. parece que até mesmo planejou onde se posicionaria apenas para a encurralar, bem em frente à porta do banheiro, como se já soubesse exatamente o que iria acontecer.Os olhos dele desceram lentamente pelo corpo dela, analisando-a sem pudor, e um sorriso enviesado surgiu em seus lábios.— Parece que estou atrapalhando um momento de celebração. — ele perguntou com ironia.Aurora sentiu o rosto queimar.— O que… o que você está fazendo aqui? — ela perguntou tentando cobrir o corpo.Andrews inclinou levemente a cabeça, seu olhar afiado prendendo o dela.— Onde mais eu deveria estar? Esse é o meu quarto. E, aparentemente, o seu também, ela não tinha analisado nada que estava ali e nem olhado dentro do closet.— Achei que… que você teria preparado outro quarto para mim. — ela balbuciou e ele riu.— Achei que já tivéssemos estabelecido que eu não sou um homem t