A expressão de Roberto lembrava a de uma criança perdida, com os olhos marejados de lágrimas, extremamente comovente:
— Você ficou bêbada e também perdeu a memória? A gente é casado, não é?
Ela sentia que ele não podia mais agir como antes.
E ela própria, muito menos.
Roberto soltou a mão de Jaqueline, franziu a testa e, com dificuldade, se levantou da cadeira. Cobriu o estômago com a mão, se curvando de dor.
Jaqueline correu para ampará-lo:
— Melhor eu te levar pro hospital.
Roberto, teimosamente, afastou a mão dela:
— Não vou.
— Por quê?
— Sem porquê. Só não quero ir.
— Roberto, para com essa teimosia, tá bom? — Jaqueline franziu o cenho. — Olha só o estado em que você está agora.
— Que estado? — Roberto virou o rosto para ela. — É só uma dor de estômago, não é?
— Você sabe que está com dor e mesmo assim bebeu tanto. Está se maltratando de propósito?
Jaqueline estava furiosa. Sentia que aquele homem nem sequer cuidava do próprio corpo. Sabia muito bem das consequências, mas ainda ass