Mas não existia "e se". As oportunidades não voltavam mais. A realidade não era um drama de ficção científica, onde ainda havia uma chance de atravessar o tempo e mudar o destino.
A realidade era simplesmente realidade: uma vez perdido, estava perdido para sempre.
— Roberto... — Os olhos de Jaqueline estavam um pouco vermelhos. Ela levantou a mão trêmula com cuidado, se aproximando devagar do ombro dele, querendo confortá-lo. No entanto, seus dedos pararam a poucos centímetros de distância e, no fim, ela recuou a mão. — Não fica assim. Já passou. Às vezes, aprender a deixar para lá é o único jeito de viver.
Roberto respirou fundo. Soltou o volante, se sentou ereto, com os olhos vermelhos. Se virando para ela, deu um leve sorriso, um sorriso cheio de desespero.
— Você já superou tudo?
Jaqueline assentiu com a cabeça:
— Sim, eu já deixei para trás, porque ainda tem muita coisa neste mundo que merece minha atenção.
Como, por exemplo, a criança que carregava no ventre. Como as pessoas que