Roberto chegou ao quarto de hospital onde Ângela estava internada e, ao entrar, viu a mulher segurando um vestido de noiva branco imaculado em seus braços, sorrindo radiante. Talvez pela imensa felicidade, sua cor facial parecia muito melhor.— Roberto, você chegou. — Ângela abraçou o vestido de noiva apertadamente. — Você realmente não me enganou... Este vestido é tão lindo! Eu amei! Mal posso esperar para usar.Roberto se sentou ao lado da cama, com uma expressão um tanto pesada.— O que houve, Roberto? — Ângela percebeu sua expressão sombria. — Aconteceu alguma coisa? O vestido de noiva não foi você quem deu?Roberto deu um leve sorriso:— Foi para você, que bom que gostou.Naquele momento, a cirurgia de transplante de coração dela era impossível. Jaqueline definitivamente não concordaria. Aquele homem era mais importante no coração de Jaqueline do que ele imaginava.— Roberto, por que essa cara de preocupação? O que aconteceu? Você pode me contar?— Ângela. — Roberto segurou a m
— Roberto, eu não quero morrer, eu quero viver para ser tua esposa, não quero apenas esses dias, por favor, me salva! Me salva, por favor! Implorou Ângela, sem se importar com nada além de estar casada com ele. Roberto havia dito que se casariam nos próximos dias, e ela estava feliz porque sabia que teria um coração, mas, de repente, lhe disseram que o coração não estava mais disponível.Se era assim, se casar com Roberto não fazia sentido algum, pois poderia morrer naquele dia ou depois! Ela não queria apostar sua vida apenas para realizar um sonho momentâneo, ela queria viver para ser a esposa de Roberto, o amando por toda a vida.— Se meu coração pudesse ser seu, eu te daria. — Roberto segurou firmemente a mão dela e disse, sombriamente. — Ângela, há coisas que estão além do nosso alcance.Se seu coração realmente fosse adequado para ela, ele provocaria um acidente de carro naquele momento para dar seu coração a Ângela. De qualquer forma, seu coração já estava dilacerado, sangran
Uma hora depois, um homem vestido de médico apareceu ao lado da cama dela, como sempre, usando uma máscara. Normalmente, ele usava uma máscara preta, mas naquele dia estava com uma máscara cirúrgica. Ângela perguntou: — Ouvi dizer que o coração do doador falhou, isso é verdade? — Foi isso que o Roberto te disse? — Heitor arqueou os lábios, esboçando um sorriso sarcástico. — Não foi isso que aconteceu? — Perguntou Ângela. Heitor se inclinou levemente e disse: — Verdade ou não, parece que esse coração não será transplantado para você. Ângela estava visivelmente agitada: — O que vamos fazer? Você prometeu que encontraria um coração para mim. — Eu encontrei, não foi? Mas agora não pode ser usado, a família não concorda de jeito nenhum! — O quê? A família não concorda? Roberto me disse que o coração do doador falhou! — Ele está te enganando. Vou te dizer a verdade, a família do doador é a Jaqueline, e o ferido é o novo marido dela, George. Ao ouvir o nome "Jaquelin
Jaqueline permaneceu ao lado de George por muito tempo, sem vontade de se afastar.Cláudio olhou para o relógio e fez um sinal com os olhos para Isabelly.Após os dois saírem, Isabelly indagou:— Tio, o que aconteceu?Cláudio respondeu:— Isabelly, leve Jaqueline para casa para ela descansar. Vou deixar alguém aqui cuidando de George.Isabelly expressou sua preocupação:— Mas acho que Jaqueline não vai querer ir.— Convença ela, caso contrário, ela vai passar a noite aqui sem nenhum benefício, apenas se desgastando. Peça para ela descansar bem e voltar amanhã.Isabelly, olhando confusa para Cláudio, questionou:— Tio, por que sinto que você se preocupa muito com a Jaqueline? Desde o começo, seu olhar para ela foi um pouco estranho.Embora Isabelly fosse geralmente descomplicada, ela era bastante observadora, caso contrário não teria percebido os sentimentos de seu tio por Jaqueline desde o início.Vendo Cláudio em silêncio, Isabelly insistiu:— Tio, o que houve? Você está insatisfeito
Isabelly suspirou levemente e se sentou ao lado de Jaqueline, permanecendo em silêncio por um longo tempo. Ela observou Jaqueline olhando fixamente para George e sentiu um peso no coração, pensando que se eles realmente fossem primos, sua relação atual poderia ser complicada...Sabia que precisava esclarecer essa questão.— Jaqueline, já pensou que talvez meu irmão possa nos ouvir falando? Jaqueline se virou para Isabelly e respondeu:— Também espero que ele possa nos ouvir.Ela realmente tinha essa esperança, mas a realidade muitas vezes não correspondia aos desejos.Isabelly disse:— Não me lembro onde vi isso, mas acho que falava sobre pessoas em coma, que ficam presas em um mundo onde conseguem ouvir as pessoas ao seu redor falando com elas, mas não conseguem responder.Jaqueline se aproximou de George, triste, e disse:— George, você consegue me ouvir? Se conseguir ouvir, quero te dizer que nunca vou desistir de você. Faria qualquer coisa por você, só quero que você acorde.Isabe
Ela abraçou as roupas e as entregou a Jaqueline:— Quer tomar um banho primeiro? Aqui estão as roupas, se faltar alguma coisa, me avisa que eu trago para você.Jaqueline pegou as roupas e olhou para elas, constatando que nada faltava:— Obrigada.— Não precisa ser formal, somos amigas.Jaqueline sorriu fracamente e, guiada por Isabelly, se dirigiu ao banheiro.Logo, o som da água correndo ecoou no ambiente.Isabelly imaginou que Jaqueline já devia ter tirado a roupa.Ela pegou uma toalha e foi até a porta, batendo levemente.A voz de Jaqueline veio de dentro:— O que foi?Isabelly respondeu:— Esqueci de te dar a toalha, posso entrar?Jaqueline respondeu:— Espera um segundo, eu vou pegar.— Não precisa. — Disse Isabelly. — Continue tomando seu banho, eu entro e te dou, para você não pegar frio, afinal somos todas mulheres, não há com o que se preocupar.— Está bem então. — Jaqueline não recusou.Isabelly abriu a porta e entrou no banheiro, encontrando Jaqueline de pé sob o chuveiro, c
Embora George tivesse dito que a amava, era apenas algo que Jaqueline havia sonhado, não era real.Desde que ele pudesse acordar, se ele realmente a amasse, ela estaria disposta a fazer qualquer coisa por ele.Isabelly ouviu o choro e imediatamente bateu à porta:— Jaqueline, o que aconteceu?Jaqueline enxugou as lágrimas do rosto e se sentou na cama:— Não é nada.Ela saiu da cama, abriu a porta e Isabelly, ao ver o rosto abatido de Jaqueline, ficou muito preocupada.— Jaqueline, você estava chorando de novo?As marcas de lágrimas ainda estavam em seu rosto.Jaqueline disse:— Está tudo bem, foi só um pesadelo.Isabelly suspirou suavemente:— Você quer dormir mais um pouco?Jaqueline balançou a cabeça:— Não, já está amanhecendo, eu deveria levantar.Isabelly respondeu:— Então vá se lavar, eu vou preparar o café da manhã.— Deixa que eu faço. — Disse Jaqueline.Isabelly respondeu:— Não precisa, já estou fazendo. Você vai se lavar, eu cuido do café.Jaqueline acenou com a cabeça e en
Reginaldo e Amanda, após ouvirem as palavras de Cláudio, mergulharam em silêncios de diferentes intensidades. Amanda olhou para Reginaldo, abriu a boca como se fosse dizer algo, mas acabou não dizendo nada. Reginaldo jamais havia mostrado seu lado vulnerável na frente de alguém, mesmo naquela hora, com seu filho ainda na sala de cirurgia, e a vida dele pendurada por um fio. Sua expressão era de pura serenidade, então ele disse à esposa e a Cláudio: — Vou ao banheiro. Reginaldo se virou e saiu. Amanda se abraçou e se encostou à parede, soltando um suspiro: — Não esperava que isso acontecesse. Embora Amanda não parecesse triste, sua expressão era de fato pesada. Se fosse uma estranha, sua reação pareceria um tanto exagerada, mas, sendo mãe de George, sua reação até que parecia um tanto indiferente. Cláudio deu um passo à frente e perguntou: — Como foram as coisas lá com o Reginaldo? Amanda forçou um sorriso: — Como poderiam estar? Chegamos lá não faz muito tempo e