— Claro que não, Genuíno, tal pensamento nunca passou por mim — ela faz exasperada, com os olhos arregalados.
Miguel não responde, ele consegue sentir o cheiro da sinceridade dela. Vendo o silêncio dele, Mara continua:
— Ela é uma escrava, senhor — Mara murmura, sua voz trêmula, mas tentando desesperadamente agarra-se a algum tipo de defesa. — A Lunae Luciana disse que foram suas ordens trata-la como tal, e pelo que me lembro, escravos sequer tinham roupas descentes, então ela também não deveria ter, e muitos menos tê-las lavadas por alguém superior a ela, escravos também não tem instrumentos musicais e nem permissão para toca-los a noite atrapalhando o sono dos superiores, mas essa escrava insiste em desrespeitar e...
A tentativa de justificar suas ações com base em tradições e ordens passadas só serve para aumentar a tensão no ambiente. Miguel não reage imediatamente, mas o silêncio que se segue é mais pesado do que qualquer palavra que ele pudesse dizer. Ele estreita os olhos, sua