CLARA
Minha mãe se despediu dos seus colegas de trabalho e assim que eles saíram, ela fechou a porta, dando um longo suspiro e logo me encarou séria.
- Não me olha assim! - Cruzei os braços - Eu só sai! - Fui para a cozinha e ela me seguiu.
- Sem a minha permissão - Falou me olhando. Sua expressão ainda era séria, como quando acordava com problemas no batalhão.
- A senhora age como se todos quisessem me matar - Falei revirando os olhos e abri a geladeira, tirando uma garrafa de água.
Peguei um copo no armário e coloquei água, bebendo alguns goles logo em seguida.
- Clara, você sabe que sim! - Ela falou cansada e sentou em um dos bancos perto do balcão.
Coloquei a garrafa e o copo sobre a pia e virei para encara-lá.
- Eu não tenho culpa das suas escolhas ou ações, mãe - Falei olhando para ela.
- Prender o chefe de uma facção criminosa não foi uma escolha, foi um dever. - Ela disse prendendo os seus longos cabelos negros em um rabo de cavalo.
Assenti.
- Ser policial também foi um dever?