MIA
A presença dele ainda ardia em mim.
Não como dor física.
Era pior.
Era aquela lembrança incômoda que se agarra à pele, que infiltra nos ossos, que grita dentro da memória mesmo no silêncio absoluto.
Aquela mão, aquele toque, o cheiro dele — couro, pólvora, e um perfume amadeirado que me lembrava noites perigosas.
Ele não me bateu.
Mas me feriu de um jeito mais profundo.
A garagem parecia respirar com dificuldade.
As paredes rangiam. A lâmpada tremia. O ar era grosso, úmi