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Capítulo Quatro – Nova York. Amanhã.

O ar na sala ficou rarefeito. O sorriso de Susan parecia congelado, e o olhar de Ethan, perfurando. A pergunta era uma armadilha, um ultimato que separava as sonhadoras das executoras.

Passaporte válido, mala pronta, e viajar conosco amanhã?

A voz da razão gritava: você não tem dinheiro para um guarda-roupa de Nova York. Você não tem bagagem de mão decente. Mas a voz da ambição, aquela que me fez sair do interior para a capital, era mais alta. O salário suntuoso era a chave para a estabilidade, e o desafio, a prova que eu desesperadamente precisava dar a mim mesma.

Não hesitei. Não pisquei.

"Sim, Sr. Fontaine," respondi, minha voz era agora uma lâmina, cortando a tensão. "Meu passaporte está válido. Minha disponibilidade é irrestrita. E estarei pronta para viajar com vocês amanhã."

Um silêncio momentâneo seguiu minha resposta, e Susan e Ethan trocaram um olhar rápido e indecifrável. Não era surpresa, era... aprovação. Uma aprovação que valia milhões.

Susan assentiu. "Excelente. Sabíamos que não havíamos perdido nosso tempo."

Ethan pegou um cartão da gaveta da mesa e o deslizou sobre o mármore em minha direção. "Pegue. Sua primeira tarefa de logística é garantir que você chegue ao aeroporto de Guararapes às 17h, no portão privativo. O jato executivo partirá às 18h. Este cartão é um auxílio inicial para que possa resolver suas pendências e suprir qualquer necessidade de última hora. Entre em contato com Patrícia antes de sair, ela lhe dará os detalhes da sua passagem, a hospedagem e a nossa agenda inicial em Nova York."

Eu peguei o cartão. Era um cartão preto, sem nomes aparentes, tão pesado e discreto quanto o poder deles. Eu nunca tinha visto nada parecido.

"E, Senhorita Borges," Susan acrescentou, com um tom mais pessoal, mas igualmente diretivo. "Não se atrase. Pontualidade em voos privados não é uma sugestão."

"Entendido, Sra. Fontaine. Estarei lá," garanti, levantando-me rapidamente. A entrevista estava encerrada.

Saí da sala, o coração martelando no peito, e Patrícia me recebeu com um sorriso de quem já esperava o resultado. Recebi dela as instruções precisas e confirmei o contato.

Caminhei até o elevador panorâmico sozinha, a emoção misturada ao pânico. Eu estava indo para Nova York. Amanhã. Com os bilionários Fontaine.

No jato particular deles!

Ao sair do hotel, ao invés de procurar o metrô ou um carro de aplicativo, cruzei a rua instintivamente em direção à orla. Meus sapatos de salto estavam apertando, o terninho estava quente, mas eu mal sentia. Eu tinha conseguido. Eu tinha agarrado o desafio.

Cheguei à areia. Sem pensar duas vezes, tirei meus sapatos e caminhei apressadamente em direção ao mar, não parando até que a água fria e salgada da Praia de Boa Viagem molhasse meus pés.

Fiquei ali, absorvendo o momento, a grandiosidade do oceano contrastando com a grandiosidade da minha nova vida.

E então, não pude conter. Levantei os braços para o céu e gritei, um grito alto e rouco de pura libertação e comemoração.

"EU CONSEGUI!"

O vento e o mar abafaram o som, mas o alívio que senti foi avassalador. Por um segundo, eu era apenas Melanie, a garota do interior, triunfando sobre o mundo.

Mas o momento de glória durou pouco. Assim que a euforia se dissipou, a ansiedade e o pânico real invadiram meu peito. Olhei para o relógio: faltavam cerca de 31h até o voo.

Nova York. Eu mal tinha uma mala de viagem decente. O que diabos eu faria com um cartão sem limites? Eu precisava avisar meus pais. Eu tinha que transformar minha vida inteira em uma mala de mão em um dia, e minha primeira tarefa era entender a agenda insana de Susan e Ethan.

A aventura havia começado, mas antes de tudo, era uma corrida contra o tempo.

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