Luana estava há horas olhando para o vazio, tentando entender as últimas 24 horas de sua vida. Alternava entre um sorriso bobo e um leve abanar de cabeça. De vez em quando, levava as mãos ao rosto numa tentativa de esconder a vergonha que surgia ao lembrar-se da noite com Lucas. Depois de chegar tarde ao trabalho — algo que não fazia há anos —, Luana passou a manhã inteira revisitando a noite anterior em sua memória, suspirando como uma adolescente descobrindo as primeiras paixões.

Uma batida na porta a trouxe de volta ao presente. Ela se ajeitou na cadeira e tentou adotar um semblante sério antes de autorizar a entrada de quem estava do outro lado. Lentamente, a porta se abriu e sua assistente entrou.

— Desculpe incomodá-la, Luana, mas chegou um arranjo de flores para ti — anunciou, saindo em seguida e retornando instantes depois, trazendo um belo buquê de rosas brancas e amarelas em uma caixa quadrada de cor pérola. O coração de Luana acelerou; ela não conseguiu conter a ansiedade.