O Reconhecimento Tardiamente Cruel
Aaron Meneses
O ar no corredor de arquivos estava rarefeito, mas a confissão de Lila me atingiu como um soco no plexo solar, cortando minha respiração. Minhas defesas de CEO e meu ego de conquistador desmoronaram no mesmo instante.
“Eu era louca por você!”
Aquelas palavras, carregadas de uma dor antiga e genuína, anularam todos os meus esquemas e estratégias. Eu olhei para Lila — não a sócia, não o ativo, não o escudo — mas para a mulher real, a minha amiga, a quem eu havia usado cruelmente por mais de uma década.
Eu fiquei sem graça, minha mente tentando desesperadamente reencaixar todas as peças do nosso passado à luz dessa verdade brutal. O sorriso que ela sempre me dava não era de cumplicidade profissional; era de amor disfarçado. O cuidado que ela tinha com a minha vida profissional não era lealdade cega; era devoção. A proteção feroz que ela me dava contra a minha própria família e a minha ambição? Era carinho.
Eu me senti culpado. A cu