A Chegada de Ravi

Paul Evans

O tempo de espera havia me tornado complacente. Estávamos na sétima semana de convalescença, e a vida em câmera lenta parecia ser a nossa nova eternidade. Eu estava no jardim, planejando o plantio de uma roseira para Catarina, quando ouvi o grito.

Não era um grito de dor, mas um som agudo de surpresa e urgência. Catarina estava estranha hoje, calma demais para quem está esperando qualquer sinal de Ravi.

Larguei a pá e corri para a casa, era a corrida mais longa que fiz na vida e a mais curta que jamais imaginei estar fazendo. Encontrei Catarina na sala de estar, apoiada na parede, os olhos arregalados, mãos tremulas e um poça de água no chão ao seu redor.

— Paul! — Ela conseguiu dizer, a voz tensa. — A bolsa... A bolsa estourou.

O choque me atingiu como um soco. A tranquilidade da nossa rotina se despedaçou em segundos. O pânico, que eu pensava ter conquistado, voltou com força total. A fragilidade dela, o risco do trauma...

Ela no hospital por meses m