Narrador
No aeroporto da Califórnia, um avião privado descolava com rumo desconhecido. Lá dentro, Charlotte ajustava o seu cinto de segurança com uma expressão de profunda tristeza e uma frustração que lhe oprimia o peito. Entre as suas mãos apertava as imagens da ecografia dos seus filhos, e um nó amargo atravessava-lhe a garganta: seria mãe solteira, e era uma decisão que tinha tomado por si mesma.
«Filha, não gosto de te ver assim», Dora pegou na sua mão e acariciou-a suavemente.
«Mãe, não se passa nada. É normal sentir-me mal... Tenho tantos sentimentos confusos que nem sequer consigo explicá-los, mas sei que o tempo curará as feridas, e isso também depende de mim.»
«Meu amor, compreendo o que estás a passar, mas não creio que os teus filhos devam crescer sem o pai. Frederick poderá estar com outra mulher, mas continua a ter uma responsabilidade tanto económica como emocional na criação dos pequenos.»
«Obrigação?», replicou Charlotte, com amargura. «Mãe, as coisas fazem-se de cora