Capítulo 47
Como se o próprio dia adivinhasse o desfecho, quando Eloise e Augusto chegaram ao hall de entrada da empresa, a chuva caía pesada lá fora. O som dos trovões se misturava aos flashes incessantes das câmeras dos repórteres que já se aglomeravam na porta do prédio. O escândalo havia estourado, e a mídia não perderia um segundo daquele circo.
— Cuidado, por favor! — gritou um segurança tentando conter a multidão. — Afastem-se!
Augusto manteve-se firme, o braço ligeiramente à frente de Eloise, protegendo-a com o corpo enquanto atravessavam o saguão. Ela ainda sentia o coração acelerado. A arma no pescoço, o cheiro do medo, os gritos e a tensão daquele instante ainda dançavam em sua memória como se tudo tivesse acontecido minutos atrás.
Antes de saírem, Augusto se virou para Vinícius e estendeu a mão com firmeza.
— Obrigado. Te devo mais uma.
O delegado apertou sua mão de volta com respeito e sorriu de lado.
— Um dia, quem sabe, eu cobro esse jantar — brincou. — Mas hoje