A MANHÃ QUE COMEÇA DIFERENTE
O apartamento estava silencioso quando a luz invadiu pelas cortinas.
Eloise dormia profundamente — um sono pesado, daqueles que o corpo pega por necessidade, não por descanso.
Augusto acordou primeiro.
Não rápido. Não alarmado.
Apenas… acordou.
Olhou para ela.
Os cabelos espalhados no travesseiro. A respiração tranquila. Uma mão ainda segurando o tecido da camiseta dele — como se tivesse dormido certinha ali, colada nele, sem perceber.
O peito dele aqueceu numa coisa que parecia simples, mas que sempre foi o maior pedido silencioso da vida inteira:
Paz.
Ele saiu da cama com cuidado para não acordá-la.
Caminhou pelo corredor devagar. Pés no piso frio. Casa silenciosa. A cozinha o recebeu com o aroma da madrugada ainda fresca.
Acendeu a cafeteira. Colocou água. Separou o pó, medindo sem pressa.
Era estranho pensar que, há poucas horas, ele estava com uma arma na mão, apontando para o homem que podia ter arrancado ela dele para sempr