Dois Segredos, Uma Bomba
O vento cortava o estacionamento da Penitenciária como uma lâmina fria.
Augusto permaneceu encostado no carro, a carta ainda aberta em sua mão.
Thomas estava ao lado, segurando o próprio paletó como se algo dentro dele tivesse desmoronado.
O silêncio entre os dois pesava como chumbo.
Thomas passou a mão no rosto, respirando fundo.
— Como… como a gente não viu isso? — a voz dele saiu baixa, trincada. — Ele sempre esteve lá. No meio de tudo. Ajudando nas investigações, nas buscas… se aproximando da gente. E eu… eu falhei, Augusto. O inimigo estava ao lado e eu não percebi.
Augusto fechou a carta devagar.
O olhar dele estava distante — mas havia fogo ali.
— Não se culpe, Thomas. — disse, firme. — Ele soube se esconder. Sabia exatamente onde tocar… como se aproximar… e quando atacar.
Thomas socou o capô do carro — não em raiva, mas em dor.
— Ele nos usou.
— Sim. — Augusto respondeu, a mandíbula rígida. — E agora ele sabe que estamos perto d