Ecos do Passado
O relógio da sala já passava das nove da noite quando Augusto serviu mais uma dose de whisky. O líquido âmbar girava lento no copo de cristal, mas a ardência na garganta era pequena diante do amargor que corroía por dentro.
A cada gole, os olhos de Eloise voltavam à sua mente. O olhar dela — ferido, dilacerado — ainda o perseguia.
Ele fechou os olhos, pressionando a têmpora.
Foi quando passos firmes a campainha trocou. Ao abrir a porta, a surpresa.
— Augusto. — a voz grave de José Monteiro soou, carregada de autoridade.
— Pai. — respondeu, sem emoção.
José aproximou-se entrando porta a dentro, o terno impecável, a expressão austera. Observando o litro de whisky meio vazio e papéis espalhados da mesa de centro.
— Está se destruindo por uma mulher. — disse, seco, sem rodeios. — E pelo motivo errado.
Augusto franziu o cenho, mas não respondeu. Apenas tomou outro gole.
— Essa Eloise… — José continuou — Você sabe que ela vendeu o projeto. Tem provas nã