Capítulo 122

Ecos do Passado

O relógio da sala já passava das nove da noite quando Augusto serviu mais uma dose de whisky. O líquido âmbar girava lento no copo de cristal, mas a ardência na garganta era pequena diante do amargor que corroía por dentro.

A cada gole, os olhos de Eloise voltavam à sua mente. O olhar dela — ferido, dilacerado — ainda o perseguia.

Ele fechou os olhos, pressionando a têmpora.

Foi quando passos firmes a campainha trocou. Ao abrir a porta, a surpresa.

— Augusto. — a voz grave de José Monteiro soou, carregada de autoridade.

— Pai. — respondeu, sem emoção.

José aproximou-se entrando porta a dentro, o terno impecável, a expressão austera. Observando o litro de whisky meio vazio e papéis espalhados da mesa de centro.

— Está se destruindo por uma mulher. — disse, seco, sem rodeios. — E pelo motivo errado.

Augusto franziu o cenho, mas não respondeu. Apenas tomou outro gole.

— Essa Eloise… — José continuou — Você sabe que ela vendeu o projeto. Tem provas nã
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