Capítulo 113

Fissuras na Mentira

A cabeça latejava como se um martelo batesse em seu crânio.

Augusto Monteiro abriu os olhos devagar, apenas para ser ofuscado pela claridade que entrava pelas frestas da cortina. O corpo pesado, o paletó jogado no chão, a garrafa de whisky vazia sobre a mesa de centro… e ele, largado no sofá, como um derrotado qualquer.

Levou a mão à têmpora, apertando com força. A dor não vinha só da ressaca — vinha da lembrança que queimava por dentro.

Os olhos dela.

Aqueles olhos castanhos marejados, que ele jamais esqueceria.

O momento em que Eloise o viu com a mão na cintura de Thamires.

A dor crua estampada no rosto dela era o reflexo perfeito da dor que ele mesmo carregava no peito.

— Merda… — rosnou baixo, passando as mãos pelo rosto.

Precisava parar com aquilo. Precisava sair desse ciclo de autodestruição. Não era esse o homem que ele tinha prometido a si mesmo ser.

Ele era Augusto Monteiro.

O implacável.

O nome que o mercado temia, o homem que nunc
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