Sofia chegou em casa com os olhos ardendo.
Era como se o vento frio da noite tivesse entrado direto no peito dela e se alojado ali.
A porta se fechou atrás dela… e o silêncio pesou.
O jantar deveria ter sido um momento feliz.
Thomas ao lado dela.
Família reunida.
Mas o que ela carregava era só um gosto amargo — de dor antiga e de futuro incerto.
Ela respirou fundo e caminhou até a sala, pronta para desabar no sofá e talvez… chorar um pouco.
Mas Nathalia estava lá.
Sentada de pernas encolhidas, cabelo desgrenhado, uma taça de vinho na mão e os olhos marejados.
Sofia parou imediatamente.
— O que aconteceu? — perguntou, esquecendo imediatamente da própria dor
A amiga olhou para ela, riu sem humor.
— Ah… nada. Só tô existindo mesmo. — murmurou, virando mais um gole.
Sofia deixou a bolsa na mesa. O coração ainda apertava pela briga com Thomas… mas a preocupação com a amiga falou mais alto.
Ela sentou ao lado.
— Você quer conversar?
Nathalia respirou fundo, olhando para a