A manhã seguinte amanheceu cinza em Westbridge. Do tipo de céu que parece combinar com o humor de Camille, pesado, abafado, prestes a chover. Quando ela entrou na clínica, Adam já estava lá. Não apenas estava… parecia parte do lugar. Sentado na recepção moderna, blazer impecável, pasta aberta no colo e o olhar focado em relatórios como se analisasse um caso de vida ou morte.
Nada no rosto dele revelava que, dias antes, eles haviam protagonizado um reencontro capaz de mudar placas tectônicas internas. Nada. Nenhuma fissura. Ele parecia… inabalável. Camille respirou fundo, endireitou os ombros e caminhou em direção à sala dela. Mas Adam levantou o olhar no exato momento em que ela passou como se percebesse a presença dela pelo ar, não pelo som. O olhar dele a atravessou como uma lâmina fria.
— Bom dia, Camille. Disse, com voz impecavelmente neutra.
— Bom dia. Respondeu no mesmo tom.
Adam levou a pasta até a sala dela com a serenidade calculada de quem carrega blindagem emocional.
— Prec