No fim de semana seguinte, recebi uma mensagem inesperada de Charles.
Ele convidava Alice e eu para um passeio no cinema com seus sobrinhos.
Sorri ao ler o convite, lembrando-me do nosso diálogo sincero na casa de Luana.
Talvez Charles também tivesse sentido o mesmo alívio, uma conexão inesperada e genuína, como se, por algum motivo, pudéssemos ser um suporte um para o outro.
Uma amizade que veio em um momento bem oportuno para nos dois.
Alice ficou empolgada ao saber do passeio, e isso já fazia o convite valer a pena.
Ao chegarmos no cinema, Charles e seus sobrinhos nos aguardavam.
Ele acenou para mim com aquele sorriso calmo, de alguém que já viveu coisas demais para querer complicações desnecessárias.
Depois que as crianças escolheram seus lugares e se perderam na empolgação dos trailers, Charles e eu nos sentamos lado a lado, e ele lançou um olhar para mim, um pouco hesitante.
— Não pensei que você aceitaria o convite — ele admitiu em voz baixa, enquanto a tela começava a se