Me sentei no sofá, a televisão ligada, mas os sons apenas preenchiam o vazio ao meu redor.
Enquanto eu olhava para a tela, uma memória antiga começou a se desenhar em minha mente, como um filme que eu não conseguia parar de assistir.
Lembro-me de quando tudo desmoronou pela primeira vez.
Era uma época em que a vida parecia cheia de promessas, mas as promessas eram como sombras — nunca se concretizavam.
As risadas eram raras em casa, e o peso da expectativa sempre pairava sobre nós, como uma nuvem carregada prestes a explodir.
Eu tinha apenas dezesseis anos quando minha mãe entrou em uma espiral de depressão, um ciclo interminável de tratamentos e recaídas.
— Não se preocupe, Isaías, tudo vai ficar bem — eu repetia para mim mesmo, embora não acreditasse.
O medo e a incerteza tornaram-se parte da minha rotina, e eu aprendi a me esconder atrás de uma fachada de força.
Mas por trás daquela máscara, o desespero corria solto.
A loucura da situação me ameaçava a cada instante, e eu pre