Sala de interrogatório.
Minha mãe abraçava Elisabete protetoramente.
— Eu sou a responsável legal dela. Qualquer coisa, perguntem para mim. Bete é só uma menina, não precisa passar por esse tipo de situação.
Elisabete se encolhia em seus braços, o corpo tremendo levemente.
Parecia realmente frágil, assustada, indefesa.
O policial assistiu à cena e soltou um riso frio.
— Menina? Ela tem vinte e seis anos!
Minha mãe ignorou o tom de deboche e acariciou as costas de Elisabete, tentando acalmá-la.
— Eu entendo que estão apenas fazendo o trabalho de vocês, mas Bete não sabe de nada. Ela e Jesiane eram irmãs, mas cada uma levava sua vida.
O policial foi direto ao ponto:
— Ontem, realizamos uma operação em um apartamento alugado onde um grupo estava envolvido em jogos ilegais. Durante a busca, encontramos alguns pertences de Jesiane. Foi Elisabete quem foi buscar os itens, certo?
Minha mãe hesitou por um momento.
— Sim… O celular e os documentos dela foram entregues a vocês agora há pouco. Ma