Assim que atendeu a ligação, minha mãe disparou, irritada:
— Sua desgraçada, será que pode parar de envenenar sua avó contra mim?!
Mas a voz do outro lado era masculina. Soava séria.
— Alô, a senhora é parente de Jesiane?
Minha mãe franziu a testa.
— Quem é você? E por que está com o celular dela? — O tom era frio.
— Encontramos os documentos e o telefone de Jesiane em um apartamento alugado. Precisamos que compareça à delegacia para confirmar algumas informações.
Ao ouvir isso, sua expressão relaxou um pouco.
— Sabia que aquela praga tinha se mudado. Só sabe arrumar confusão.
Sem demonstrar qualquer preocupação, desligou o telefone e continuou comendo.
Elisabete desviou o olhar, inquieta.
— Mamãe… não era a Jesiane?
— Ela perdeu o celular. A delegacia só quer que alguém vá buscar. Nada urgente. Terminamos de comer primeiro.
Elisabete esboçou uma expressão de ansiedade.
Falou mais rápido do que o normal:
— Mamãe, posso ir? Jesiane é minha irmã, afinal.
Minha mãe elogiou sua "maturidade