— Não seja tão chata, isso não é nada demais. — Laila soltou, com o tom debochado de sempre. — Sinta-se lisonjeada por nos servir.
As palavras dela me atingiram em cheio, afiadas como lâminas disfarçadas em sorriso. Por dentro, minha cabeça gritava que eu não pertencia àquele lugar.
Que se danasse a festa de boas-vindas.
Que se danasse o time de líderes de torcida.
Que se danassem Laila e suas amigas perfeitinhas.
Tudo parecia sufocar — as risadas, o cheiro forte de perfume, a música alta. Eu precisava respirar. Fazer algo, qualquer coisa, para não me afogar naquela sensação.
Foi então que o vi.
Luther.
Encostado na parede da sala, tranquilo, observando tudo com aquele ar despreocupado que contrastava com o caos da festa. Ele parecia ser o único ali que não precisava provar nada a ninguém.
Decidida, caminhei até ele.
— Quer dançar? — perguntei, sem pensar demais.
Luther arqueou as sobrancelhas, surpreso. Depois, um sorriso leve curvou seus lábios.
— Claro.
Deixei que ele me guias