Benjamim lutava contra a enxurrada de sentimentos, incapaz de decidir qual emoção deixar transbordar: raiva, traição ou desespero.

— Não vamos atrás deles? — perguntou Marcos, quebrando o silêncio, a voz cheia de urgência.

— Você é surdo? Não ouviu o que ela disse? Ela não quer que eu vá atrás dela — retrucou Benjamin, ainda encostado no vidro, a testa pressionada contra a superfície fria, como se pudesse conter a tempestade dentro dele.

— Ele está certo — interveio Alice, com um tom de descrença. — Não acredito que a Megan escolheu ficar com Enzo. Não faz sentido, Benjamin. Ela não é assim.

— Eles podem estar certos, Benjamin. Tem algo errado nessa história. Megan sabe muito bem que o rastreador está na pulseira, não naquele anel que ela deixou — disse Caio, a voz carregada de desconfiança.

Benjamim permanecia na mesma posição, encostado no vidro da janela, o olhar perdido. Ele escutava as palavras, mas sua mente, nublada por uma mistura de raiva e confusão, não conseguia processá-la