Eu ainda sou prisioneira dele.
Isabela
Olho para fora pelos vidros sujos da janela gradeada do quarto. A sensação de impotência me sufoca. Estou em um lugar afastado, cercado por mata e silêncio.
A casa em si não é ruim. Para um esconderijo no meio do nada, até que é bem estruturada. Tem cheiro de lugar fechado, mas está claro que é usada de vez em quando. Os lençóis da cama estão limpos, o banheiro organizado, o chão sem poeira. Isso me diz que alguém preparou tudo para minha chegada.
Ouço a porta rangendo ao se abrir. Meu corpo enrijece, e me viro devagar. Dante entra segurando alguns pacotes.
— Trouxe umas roupas pra você — diz, jogando os pacotes na cama.
Minha respiração se acelera.
— O que você quer com isso? — minha voz sai cortante, carregada de medo. — Me mantendo presa desse jeito… você sabe onde isso vai dar, né? No final, vai acabar me matando.
Os músculos da mandíbula dele se contraem.
— Não quero que pense nisso — responde, num tom duro.
Seco uma lágrima com raiva e disparo:
— Como não pensar?
A facha